Dieta alimentar atual é incapaz de suprir os nutrientes necessários, afirma farmacêutica Juliana Ribeiro | D’Ponta News

A farmacêutica integrativa Juliana Ribeiro, da Eficácia Brasil, fala sobre a suplementação de nutrientes, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero e Jonathan Jaworski, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta segunda (17).

Em linhas gerais, suplementação de nutrientes inclui aquilo que não conseguimos repor apenas com a alimentação. Também pode ocorrer que, pela rotina de trabalho e a pressão do dia a dia, com o estresse, excesso de preocupação, falta de sono de qualidade, haja um desgaste físico do corpo e o comprometimento da absorção de nutrientes.

“Os suplementos são vitaminas, minerais e aminoácidos. Posso também incluir algumas plantas medicinais, que chamamos de fitoterápicos reconhecidos, tudo de acordo com a necessidade daquela pessoa, conforme for o estilo de vida dela, para ela conseguir se recuperar, se manter estável”, explica Juliana.

O mercado oferece muitas opções de suplementos vitamínicos (de A a Z), encontrados facilmente nas prateleiras das drogarias. “Você não sabe se aquilo tem a dosagem [necessária], não só pela quantidade que está naquele frasco, em cada cápsula, mas também pelos ingredientes necessários. Por isso, é importante o farmacêutico perto e a manipulação ajudando”, analisa.

De acordo com a farmacêutica integrativa, a dieta alimentar contemporânea é incapaz de suprir todos os nutrientes necessários. “Temos que usar o recurso de cápsulas ou sachês ou drinks, não importa o nome que dermos, a forma que se apresentam. A cenoura que comemos hoje não é a mesma da década de 1950, porque o solo está viciado. Temos o hábito da monocultura – de sempre, naquela terra, plantar os mesmos vegetais, fora os defensivos agrícolas, que matam a microbiota natural do solo, que ajuda a segurar ingredientes essenciais para o corpo”, observa.

Juliana comenta que a batata possui uma proteína, chamada slendesta, que auxilia no emagrecimento. Entretanto, essa proteína só vai auxiliar quem busca emagrecer quando consome a versão encapsula, que a indústria a isola do restante. Do contrário, seria necessário consumir quilos de batata para conseguir a mesma quantidade da proteína, o que seria completamente contraproducente.

Para saber de quais nutrientes nosso corpo está em deficiência, é importante consultar um nutricionista, um nutrólogo ou mesmo os farmacêuticos clínicos da Eficácia Brasil, que possuem especialização em terapia integrativa. “Estou apta a indicar suplementações necessárias, de acordo com a sua necessidade”, frisa.

Essa suplementação atende a diferentes tipos de necessidade, como falha de memória e queda de cabelo, por exemplo. Pessoas da terceira idade, que podem apresentar sintomas de desvio de memória (demência senil) devem fazer suplementação de vitaminas do Complexo B, especialmente a B6, B12 e B9. “As vitaminas do Complexo B também ajudam a evitar que ‘despenque’ o corpo, porque ajudam na massa muscular”, explica.

Para a queda de cabelo, Juliana recomenda a biotina (vitamina H). A vitamina H também ajuda no controle da acne, porque ajuda na redução da oleosidade da pele, numa dose de 10mg ao dia.

“Menos de 90% de nós temos uma alimentação adequada, comemos o que está disponível, no horário que dá. Com isso, o alimento já está deficiente em nutrientes, e comemos o que dá, na hora que dá, é impossível você ter todos os nutrientes do seu corpo disponíveis para ter uma boa saúde”, avalia. Juliana comenta que sua primeira meta, quando um cliente reclama de qualquer indisposição, é repor esses nutrientes, além de uma “limpeza” do corpo com detox.

A deficiência de magnésio, que afeta até 70% da população, pode ocasionar a obesidade. Aliás, é possível uma pessoa com obesidade estar desnutrida, porque não é apenas excesso calórico que leva um paciente a ficar obeso. “Muitas vezes, é a falta de alguns tipos de vitaminas e minerais. Por exemplo, o magnésio é muito importante para o controle da obesidade”, aponta. “A vitamina D, que hoje é considerada um hormônio, mais de 80% das pessoas têm deficiência dessa vitamina/hormônio, que participa da obesidade, está muito relacionada. Baixa vitamina D, baixa imunológica, a pessoa vai engordar bebendo água”, alerta.

A vitamina D, associada ao magnésio, é responsável por uma série de ativações de reações químicas no corpo, inclusive, do nosso metabolismo. “Muitas vezes, você está comendo pouco alimento, baixa ingesta de caloria, mas não está tendo esses minerais, vitaminas, para ajudar no seu gasto calórico. Com isso, a conta também não bate e você acaba acumulando gordura”, adverte.

Para quem malha, a suplementação vai depender do ritmo do treino. “Tem vários objetivos: é só manter a performance, é ganhar massa ou emagrecimento? Porque, aí, são necessidades diferentes”, diz. A necessidade proteica média, para homens, é de 56 gramas por dia e 48 gramas para mulheres. “Mas isso não é suplementação, tem que descontar os alimentos que você que contêm proteína. Não é suplementar uma creatina 56 gramas, uma glutamina ou albumina”, exemplifica. “Por isso que a nutricionista ajuda nessa hora. Sempre faço um trabalho em conjunto com as nutricionistas”, emenda. Essa média é para quem treina cerca de uma hora a uma hora e meia, três vezes por semana.

Excesso

Se, por um lado, a falta de nutrientes causa disfunções, por outro lado, o excesso de suplementação também pode ser prejudicial. “Estão na ‘moda’ os antioxidantes, anti-aging, para frear o envelhecimento. Excesso de antioxidante vai te causar mal e vai oxidar mais ainda. Tudo aquilo que oxida te leva à autodestruição, àquilo que chamamos de doenças degenerativas, você envelhece mais cedo, começa a sentir mais dores”, comenta.

O excesso de aminoácidos também faz mal, porque sobrecarregas o fígado e os rins. Já a proteína em excesso pode se transformar em glicose – uma função geralmente atribuída ao carboidrato, que muita gente corta da dieta justamente por isso. “É o mecanismo do alimento: tudo o que vira glicose, se não for utilizado pelo corpo, vira gordura”, aponta.

Confira a entrevista de Juliana Ribeiro na íntegra:

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