Doença autoimunes: é possível evitá-las

Foto: Pixabay

As doenças autoimunes são aquelas caracterizadas pela resposta do sistema imunológico contra o próprio organismo; há destruição de células saudáveis pelo sistema imune, podendo resultar em algumas doenças como Esclerose Múltipla, Lúpus, Artrite Reumatoide, Tireoidite de Hashimoto, Fibromialgia, doença de Crohn, dentre outras. “As doenças autoimunes vêm aumentando a frequência de forma assustadora. São mais de 80 doenças autoimunes que afetam de 5% a 8% da população mundial”, alerta o neurologista Italo Almeida.

As principais causas desse aumento são o déficit de vitamina D, que é mundial, a alimentação ultraprocessada e o excesso de proteínas de origem animal da nossa dieta. “A vigilância imunológica reconhece como inimigos alguns destes alimentos (antígenos) e, por um mecanismo de mimetismo molecular (semelhança), ataca células parecidas do próprio corpo”, explica o neurologista.

Algumas delas ocorrem em apenas um determinado órgão como as tireoidites —inflamações da glândula tireoide que provocam excesso ou falta de produção de hormônio. Já a artrite reumatoide envolve as articulações e diversos outros tecidos, como os olhos. O lúpus é o exemplo mais típico de doença autoimune sistêmica porque pode lesionar, praticamente, todos os órgãos do corpo.

O baixo nível de vitamina D (menor que 40), associado a reações de intolerância alimentar que promovem a formação de antígenos desencadeiam a reação de ataque a estruturas do próprio corpo que tem semelhança molecular com o que desencadeou a reação. “Os maiores responsáveis são o leite animal e derivados e o glúten, dentre outros”, aponta o diretor técnico da clínica Neuro Integrada.

O especialista destaca que o portador de doença autoimune tem maior risco de desenvolver outras patologias autoimunes, porque a causa é a mesma para todas: déficit de vitamina D, ingestão de alimentos desencadeantes de intolerância e microbiota intestinal ruim, que gera uma resposta imunológica alterada. “A preocupação dos sistemas vigentes tem sido com a genética, o que vem a ser um erro já que esta influência é menor que 20%. Há um excesso de culpa na genética. E menor associação ao estilo de vida”, argumenta.

As doenças autoimunes podem ocorrem em todas as faixas etárias, principalmente na faixa entre 15 e 40 anos, quando a resposta imunológica é mais intensa (exagerada). As mulheres apresentam risco duas a três vezes maior de desenvolver doenças autoimunes, contribuindo para essa maior prevalência, provavelmente, fatores hormonais, que podem aumentar a suscetibilidade de desequilíbrio no sistema imunológico.

É possível que uma pessoa conviva com uma doença autoimune durante muito tempo sem diagnóstico. A natureza sistêmica das patologias, sintomas comuns a outras doenças, bem como a necessidade de interpretação crítica dos resultados de exames dificultam – muitas vezes – o diagnóstico preciso.

Dependendo do tipo, o tratamento pode ocorrer até sem medicação alopática, porém, deve ser encarado com seriedade e a longo prazo. “Temos pacientes tratados somente com dose alta de vitamina D, sem alopatia e temos outros que usam a alopatia e, em paralelo, nossas recomendações naturais e controle dos níveis de vitaminas. Observamos redução da resposta autoimune na grande maioria dos casos”, comemora o especialista.

Ter um nível adequado de vitamina D (acima de 40) e reduzir o consumo de alimentos provocadores (leite animal e derivados e glúten), manter nível de minerais adequados para fortalecer o corpo e a microbiota intestinal são cuidados importantes para quem quer prevenir doenças autoimunes.

A prática regular de exercício físico também tem grande importância na prevenção por ativar sistemas antioxidantes mitocondriais. “Redução de estresse, sono de boa qualidade também colaboram porque interferem na microbiota, que influenciam diretamente no surgimento dessas doenças”, acrescenta Almeida, lembrando uma recomendação importante para quem quer evitar o diagnóstico de doenças autoimunes. “Seguir orientações adequadas para desintoxicar (Detox), mas principalmente aprender a não intoxicar (Nintox)”, conclui.

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