Existe um tabu muito grande em olhar as fezes após ir ao banheiro. Muitas pessoas relatam nunca ter olhado o padrão do cocô após evacuar, por nojo, pudor ou por não saber que observar as fezes é importante para a saúde.
Nossas excretas dizem muito sobre o funcionamento do organismo, não só da função do trato gastrointestinal, mas de todo o corpo. Não existe saúde quando o intestino não está saudável!
Fezes, urina e suor são as vias de excreção de toxinas. É a forma que o organismo tem de eliminar substâncias nocivas que podem sobrecarregar nosso sistema e gerar doenças. Portanto, observar o padrão das nossas excretas ajuda a identificar desequilíbrios que precisam ser tratados, evitando assim o aparecimento de sintomas mais graves que poderiam surgir a longo prazo.
Quando as vias de eliminação não funcionam adequadamente, o processo de destoxificação, o tão famoso detox, não é realizado de forma efetiva. Toxinas acumuladas geram processos inflamatórios, intoxicação, estresse oxidativo, sobrecarga de órgãos como fígado e rins, suor com odor forte, alergias na pele, dentre outros problemas de saúde.
Coloração, cheiro e formato das fezes são as características mais importantes a serem observadas para identificar possíveis alterações no funcionamento intestinal.
Coloração marrom é a cor normal. Fezes marrom escuro ou avermelhadas podem indicar presença de sangue. Fezes amareladas por excesso de gordura. Fezes esbranquiçadas podem indicar problemas no fígado ou falta de bile.
Odor muito forte pode indicar disbiose, que é o desequilíbrio das bactérias intestinais; consumo de alimentos putrefativos que causam fermentação excessiva; digestão ruim causada por uma mastigação ineficiente; alimentação rica em açúcar, bebida alcoólica e produtos industrializados.
Fatores emocionais, alterações hormonais, uso de medicamentos, prática de exercícios físicos também podem alterar o padrão das fezes e a frequência de evacuações. Tenha atenção a isso! A observação é o primeiro passo para qualquer tipo de tratamento.
Usamos a Escala de Bristol para facilitar a classificação e a ilustração do formato das fezes. São 7 tipos mais comuns com características bem específicas.
Tipo 1
Pedaços duros e separados, como amendoim. Sinal de constipação severa. Indicado aumentar a hidratação e o consumo de fibras na dieta.
Tipo 2
Em forma de salsicha, mas segmentada em caroços. Sinal de constipação leve e de trânsito digestivo lento. Atenção ao consumo de fibras e na hidratação.
Tipo 3
Em forma de salsicha, mas com fissuras na superfície. Sinal de evacuação normal com leve desconforto. Aumente a hidratação.
Tipo 4
Em forma de salsicha ou banana, lisa e mole. Sinal de evacuação normal. Ótimo trânsito intestinal e as fezes passam sem desconforto.
Tipo 5
Pedaços moles, mas com contornos nítidos. Tendência à diarreia ou trânsito intestinal mais rápido que o normal, podendo levar a desnutrição e desidratação. Cuidado com alimentos muito gordurosos, como frituras e carnes.
Tipo 6
Pedaços moles, sem forma nítida. Indica diarreia, trânsito intestinal desregulado. Possíveis alergias ou intolerâncias alimentares com irritação da mucosa e/ou desequilíbrio na microbiota intestinal.
Tipo 7
Fezes líquidas, sem pedaços sólidos. Provável sinal de infecção intestinal.
Qual o tipo habitual de suas fezes?
Se classifica suas fezes nos tipo 1 ou 2, ajuste o consumo de fibras e água.
Se classifica suas fezes nos tipo 3 ou 4, sua saúde intestinal está em dia.
Se classifica suas fezes no tipo 5 ou 6, cuidado com alimentos alergênicos, gordurosos, bebidas alcoólicas, produtos processados e industrializados.
Se classifica suas fezes no tipo 7, procure seu médico para um diagnóstico.
