melhor caminho é reeducação alimentar

Tão certas quanto a virada do ano no dia 31 de dezembro são as promessas para o ano novo. A contagem do tempo no calendário gregoriano, dividida em dias, semanas e meses, nos traz uma sensação de início, meio e fim de um ciclo, o que, consequentemente, provoca reflexões. Seja um novo plano profissional, o empenho para uma nova empreitada pessoal ou encarar a própria imagem, na busca de uma forma física mais satisfatória. Há quem ache que falta uns quilinhos a mais, mas uma pesquisa feita baseada no senso comum deve indicar que a maioria das pessoas quer perder peso. Especialmente depois da temporada de comilança liberada decretada pelas festas de fim de ano.

 

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Aos quatro ventos são veiculadas receitas milagrosas para emagrecer, tão rapidamente quanto os memes das redes sociais que cumprem perfeitamente o papel de promover uma sessão quase confessional de culpa. Apesar de muitas dietas oferecerem uma eficácia comprovada, o melhor método para encontrar a boa forma é simples e óbvio: se alimentar corretamente, com moderação. É o que defende a nutricionista Valéria Mortara. “A insatisfação se tornou um padrão desejável para que o mercado consumidor possa vender produtos que produzam um corpo ideal”, critica a especialista.

Garantir hábitos saudáveis que ajudem a manter o corpo em forma e saudável não exige grandes esforços. O princípio básico é o consumo de vegetais – verduras, legumes e frutas – em todas as refeições. Há ainda três pequenas regras essenciais. “São ensinamentos milenares e que não devem ser esquecidos: beber água, mastigar bastante e não fazer da refeição uma distração”, explica Mortara. O simples ato de pensar enquanto se alimenta faz diferença. “Se a pessoa mastigar bem e sentir o sabor dos alimentos, terá uma sensação de saciedade maior”.

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FEIJÃO E ARROZ

Os vilões da alimentação saudável são velhos conhecidos e não são muito diferentes de qualquer lista de alimentos processados das dietas mais famosas. Refrigerantes e bebidas doces, como sucos de caixinha – mesmo os com zero açúcar –, devem ser evitados. Já as comidas ultraprocessadas como refeições congeladas não devem ser consumidas. “A melhor dieta que existe é o prato tradicional brasileiro com feijão, arroz, proteína e vegetais, mas a verdade é que os hábitos mudaram e para pior. As pessoas vão aos bufês e acabam fazendo escolhas diferentes daquela que era a refeição típica preparada em casa”, detalha a nutricionista.

Outro fator fundamental para se alimentar melhor é fazer a própria comida. “Nunca existiram tantas ferramentas para cozinhar, mesmo assim as pessoas preferem comer na rua”, alerta Mortara. A alimentação é parte fundamental da fisiologia, mas ter uma boa condição física e um belo corpo também dependem de uma noite de sono de qualidade e da prática regular de exercícios. Não é a restrição absoluta que promove melhores resultados para quem deseja ter saúde e uma boa forma física. “Ter bons hábitos não é não comer açúcar. O chocolate, por exemplo, é um alimento energético. Não há nenhum problema em consumir porções depois de praticar exercício. Quem gosta de chocolate pode fazer uma compensação dessas”, avalia.

 

Dieta e Saúde

Os planos para encarar uma dieta a todo custo devem ser revistos. Há uma linha de estudiosos sobre nutrição que questionam os estragos que os planos loucos de emagrecimento podem causar. Alguns defendem que os regimes podem fazer engordar, porque o organismo pode responder diferente do pretendido. Sem a quantidade costumeira de alimentos, o corpo entra em estágio de atenção. Nada é tão simples. “As dietas não são um indicativo de transtorno alimentar, mas os transtornos nascem de dietas consecutivas. É preciso cuidar”, alerta Mortara, que lembra do papel da alimentação. “A comida tem um contexto social, amoroso. De repente as pessoas decidem comer só frango grelhado e arroz integral. Isso muda a qualidade de vida. Ninguém nunca vai conseguir provar que uma fatia de bolo feito em casa pela avó faz mal. Na medida certa, faz bem”.

 

Aventura e  nutrição

Ao longo dos anos, muitas receitas para emagrecer fizeram fama graças à promessa de resultados eficazes e rápidos, conheça algumas delas.

Dieta da USP: mesmo sem a devida confirmação da Universidade de São Paulo de que o programa alimentar foi criado por seus especialistas, fez sucesso na década de 1990. Baseada na pouca ingestão de calorias e de carboidratos, é criticada por sua monotonia e pela baixa capacidade de promover uma reeducação alimentar.

Dieta Dukan: criada pelo médico francês Pierre Dukan, ela é explicada no livro “Não consigo emagrecer”. Dividida em quatro etapas, promete a perda de até cinco quilos na primeira semana. A técnica não representa uma boa opção para melhorar os hábitos alimentares e tem fama de fazer com que seus adeptos recuperem rapidamente o peso perdido.

Dieta da Proteína: recentemente o professor de nutrição de Harvard, George L. Blackburn, descreveu sua versão para o método que se utiliza, basicamente, de suplementos de proteínas não produzidas pelo organismo. A promessa é do prolongamento da sensação de saciedade, a redução do apetite e da manutenção e o aumento da massa muscular.

Dieta dos Pontos: iniciada na década de 1970, a partir do trabalho do endocrinologista paulista Alfredo Halpern, a dieta permite perder peso sem precisar eliminar os alimentos mais gostosos da alimentação. Os adeptos precisam tratar as calorias como pontos. Cada indivíduo tem um número máximo de pontos que pode consumir por dia, de acordo com sua a rotina e fisiologia.

Jejum intermitente: a técnica basicamente consiste em deixar de comer ou em reduzir muito a alimentação durante um determinado período. Começou a fazer sucesso em 2013 graças ao livro “A Dieta dos 2 Dias”, do médico inglês Michael Mosley. Apesar da fama, o método é questionado por profissionais e há muitas restrições para diferentes organismos.

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