O jejum da moda que é seguido por Gwyneth Paltrow

Tornou-se famosa no cinema mas desde que fundou o site “Goop”, Gwyneth Paltrow revelou outra faceta que não tem dado menos que falar. Foi através desta plataforma de lifestyle nos deu a conhecer algumas apostas invulgares, como as velas com cheiro a vagina ou a orgasmo. Mas é no mundo das dietas que mais temos ouvido o seu nome.

Gwyneth segue uma nova dieta intitulada jejum intuitivo. No último ano, a atriz envolveu-se numa polémica quando sugeriu que a alimentação a ajudou a debelar sintomas de Covid-19 que se prolongavam — uma ideia sem qualquer base científica. Mas atenção: é a atriz a dar mais uma vez que falar, sem relação com a dieta em si.

Este regime alimentar foi criado pelo médico Will Cole e quem o quiser descobrir já o pode fazer em português. “Jejum Intuitivo”, editado pela Casa das Letras, chegou esta terça-feira, 19 de outubro, às livrarias nacionais.

No caso de Gwyneth Paltrow, os seis quilos que ganhou mais durante a pandemia desapareceram com a sensação de que encontrara uma forma de se alimentar diferente de tudo o que tentara antes. “De todas as diferentes formas de comer que experimentei ao longo dos anos, da macrobiótica à vegana, às dietas detox-às-quais-vou-poupar-vos.os-detalhes, aqui está o que funcionou comigo: comer intuitivamente”, escreve no prefácio do livro. “Quando como o que é certo para mim, sinto-me em melhor forma”, acrescenta. Atenção: não está sozinha. Elle Macpherson é outra uma das figuras que tem promovido esta dieta.

Mais um jejum?

É bem provável que já tenha ouvido falar de jejum intermitente. O método continua na moda e os defensores frisam a perda de peso mas acima de tudo é uma estratégia para que o nosso corpo seja mais ativo a regenerar-se.

O jejum é algo que a humanidade conhece há milénios, praticado em diferentes culturas. Há diferentes formas de o fazer e tem surgido cada vez mais informação sobre os seus benefícios. Mas será que entre o jejum intermitente e o intuitivo encontramos diferenças assim tão grandes? Sim e não.

A novidade desta abordagem é o facto de ser mais flexível mas pode implicar até períodos mais longos sem comer que o jejum intermitente. Mas o próprio Will Cole explica à “Insider” que esta flexibilidade funciona também pelo efeito progressivo e sustentável que defende.

“Durante muito tempo, o jejum teve a reputação de ser excessivamente restritivo e dogmático”, escreve o autor em “Jejum Intuitivo”. Mas “não tem a ver com passar fome, nem é apenas uma prática de bem-estar na moda”, afirma. A ideia não é “castigar” a pessoa mas ajudar à reeducação nutricional.

Assim se explica o lado do “jejum” desta dieta. Já o lado intuitiva deste regime alimentar tem sido cada vez mais defendido por especialistas e parte do princípio que a relação saudável com a comida não depende apenas do que colocamos no prato. Há um lado emocional que também deve ser tido em conta.

Uma das críticas que tem surgido ao livro é que proposta de Will Cole pode, na verdade, não ser tão eficaz a fazer aquilo que uma alimentação intuitiva é suposto fazer. E o que é isso? Ajudar a pessoa a pacificar a sua relação com aquilo que come, com o corpo e a sua autoimagem.

Cole assegura que é possível fazer este processo de reeducação em apenas quatro semanas — e de uma forma que garente que as mudanças vieram para ficar.

Ideia a reter: mais gordura, menos hidratos.

O livro divide-se em quatro partes. Começa primeiro por falar da recente atenção dada ao jejum, depois explica como funciona esta dieta em particular de quatro semanas, especificando como deve funcionar cada semana. A terceira parte debruça-se sobre o regime alimentar keto, e aprofunda mais alguns conceitos em torno do jejum intuitivo. A última parte é a mais prática, com sugestões de receitas e um plano de refeições.

Este jejum intuitivo combina princípios do jejum intermitente e da dieta keto,  sobre a qual a NiT já escreveu. Há que reconhecê-lo: a abordagem de Will Cole é própria mas baseia-se em ideias que já conhecemos.

A dieta keto em particular tem um enquadramento que é quase matemático: 70 a 75 por cento do que se come deve vir da gordura, 20 por cento das proteínas e só 5 a 10 por cento fica por conta dos hidratos de carbono.

Estes são os valores referência mas não se preocupe: não tem de estar com a máquina de calculadora ao lado em todas as refeições. É aqui que os planos já definidos e sugestões de receitas dão uma ajuda. O princípio geral é até bastante simples: ao apostar em menos hidratos e açúcares como fontes de energia, para obrigar as células do organismo a procurarem uma alternativa energética nas gorduras.

Como funcionam as quatro semanas

O foco principal da primeira semana é ir abdicando do petisco da noite. A última refeição deve ser por volta das 18 ou 19 horas e só voltar a comer na manhã seguinte, 12 horas depois. A primeira fase é de combate aos desejos noturnos de comer qualquer coisa antes de ir dormir.

“Os primeiros dias podem ser difíceis, especialmente se tiver tendência a comer muitos hidratos de carbono e açúcar”, avisa o autor.

Estas 12 horas de jejum até podem parecer pouco quando há dietas que apostam desde o início em períodos mais prolongados. Mas o autor defende que são um primeiro passo que faz a diferença. “Se um jejum de 12 horas, todas as noites, entre o jantar e o pequeno-almoço, for tudo o que retirar deste livro, estará a fazer muito bem ao seu corpo”.

Na segunda semana, o foco está em “recarregar o metabolismo”. A promessa é a de que a pessoa já vai sentir grandes diferenças. A ideia é aumentar simultaneamente os períodos de jejum e adquirir maior conhecimento sobre nutrição.

“Nesta semana, queremos encontrar um equilíbrio entre alargar a janela de jejum o mais próximo das 18 horas sem forçar o seu corpo para além do seu limite e causar stress desnecessário. Concentrar-se em ingerir muita gordura, hidratar-se e fazer algum exercício ligeiro ajudará a isso”.

Na terceira semana, a lógica é outra: ao longo de uma semana intercalam-se dias normais com aqueles que serão “os jejuns mais prolongados de todos”. Podem ser desafiantes: serão de períodos de 20 a 22 horas. Felizmente só duram sete dias.

A quarta semana é já no espírito de reequilibrar. O princípio é simples: se as etapas anteriores foram cumpridas, aqui os períodos de jejum voltam a ser menores. Mantém-se o foco na ingestão de muito poucos hidratos. “Pode até sentir-se chocado e impressionado com quão o seu corpo é mais forte e adaptável do que pensava”, promete o autor.

Já agora, e antes de fazermos as contas a 2021, aproveite para conhecer quatro dietas que se tornaram as mais populares de 2020. Não estranhe se encontrar influências que encontramos na proposta do autor de “Jejum Intuitivo”. Carregue na galeria para as descobrir.

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