Estudo mostra relação entre dieta e piora das cólicas; veja o que evitar – 16/10/2022

Uma revisão de estudos mostrou que a dieta tem um efeito significativo na severidade das cólicas menstruais. Os resultados, apresentados no encontro anual da Sociedade Norte-Americana de Menopausa, na quarta-feira (12), sugerem que a alimentação pode ser um dos principais contribuintes para o incômodo, especificamente dietas ricas em carne, óleo, açúcar, sal e café.

Os pesquisadores concentraram a análise em adolescentes, já que as cólicas são mais comuns nesse grupo e responsáveis por muitos dias de aula perdidos.

Após a revisão, descobriu-se que o problema são alimentos que causam inflamação no corpo. “Em termos gerais, esses estudos descobriram que dietas ricas em ácidos graxos ômega 6 promovem inflamação e alimentos ricos em ácidos graxos ômega 3 a reduzem”, diz o texto.

Segundo os pesquisadores, os músculos do útero se contraem por causa das prostaglandinas, que são ativas nas respostas inflamatórias. A liberação elevada de prostaglandinas está associada à cólica menstrual devido ao aumento da vasoconstrição dos vasos sanguíneos que alimentam a musculatura uterina. Como há uma diminuição do fluxo sanguíneo para o útero, as dores aparecem.

Alimentos para evitar

De acordo com a pesquisa, se a pessoa sofre com cólicas severas, é importante evitar alimentos e bebidas altamente inflamatórios. São eles:

  • Açúcar refinado
  • Óleo de cozinha
  • Gorduras trans
  • Laticínios
  • Carnes processadas e vermelhas
  • Grãos refinados
  • Álcool

Entre os estudos revisados, um de 2018 descobriu que estudantes universitárias que comiam mais lanches tinham mais dor durante o período menstrual. Outra pesquisa, também feita com universitárias, descobriu que as mulheres que bebiam refrigerante de cola e comiam carne eram mais propensas a sofrer dores durante o ciclo do que as que comiam mais vegetais e frutas.

O que priorizar

Em uma entrevista à CNN, Serah Sannoh, principal autora do estudo, disse que parte do problema é um desequilíbrio entre os ácidos graxos ômega 3 e ômega 6.

Segundo ela, o ômega 3, encontrado no salmão, atum, sardinha, ostras, nozes, chia e linhaça, é anti-inflamatório. Já o ômega 6 mantém a pele, o cabelo e os ossos saudáveis e ajuda a regular o metabolismo, além de seu papel no sistema reprodutivo. “Mas muitos desses ácidos graxos ômega 6 podem causar inflamação quando o corpo os decompõe em ácido araquidônico, o que reduz o limiar de dor do corpo.”

“A partir de minhas pesquisas, descobri que pessoas com dietas ricas em ácidos graxos ômega 6, especificamente aquelas derivadas de produtos de origem animal, têm maior presença de ácido araquidônico no organismo, o que aumenta a quantidade de prostaglandinas pró-inflamatórias que ajudam o útero a se contrair”, disse Sannoh.

Mas com uma dieta que equilibra os ácidos graxos ômega 3 e 6 e reduz a quantidade de alimentos inflamatórios que ingere, isso diminui a experiência menstrual dolorosa, de acordo com ela.

As descobertas da revisão sugerem, portanto, que limitar a ingestão de carne e alimentos processados, e aumentar o consumo de peixes oleosos, sementes e nozes em sua dieta pode aliviar a dor.

Frutas e vegetais frescos são uma parte fundamental de uma dieta anti-inflamatória. A revisão descobriu que as pessoas que seguem uma dieta vegana ou à base de plantas, por exemplo, tinham níveis mais baixos de inflamação e eram menos propensas a sentir dor menstrual.

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