Os lesados do frango congelado

Muito se tem falado ultimamente num fenómeno político-alimentar que eu enquanto cidadã desconhecia, e como nutricionista, ainda menos. Diz-se que a carne dos frangos, atenção, frangos congelados, que quanto aos frescos não há nada a registar, anteriormente conhecida por ser rica em proteína animal, vitaminas do complexo B e ter um baixo teor em gordura, consegue não só influenciar eleições, como dar maiorias absolutas a partidos da direita.

O fenómeno madeirense, aliás funchalense, já atravessou as fronteiras internacionais com Putin a ligar para indagar a marca dos frangos congelados, que diz ficarem mais baratos que hackers e Trump já reservou 100 contentores, com os ditos cujos para 2024. Em vista está a criação da ALF(A)C(E), Associação dos Lesados do FrAngo CongElado, que tem como objetivos, a longo prazo, a promoção de noções básicas de democracia e processos democráticos junto dos derrotados das últimas eleições, e a curto prazo, a substituição dos frangos congelados por lentilhas, que como sabemos são ricas em proteína vegetal, não têm gordura saturada, são de género fluido e amigas do ambiente.

A Dieta do Leão

Como já perceberam, por defeito de profissão, aprecio uma boa analogia alimentar, rende sempre umas boas gargalhadas à mesa de jantar, e julgo que foi isso que o Ministério das Finanças tentou fazer quando decidiu reaquecer o “programa de ganhos de eficiência do Estado”, vulgo plano de corte de gordura do Estado. E tal como aqueles humoristas, em final de linha, em que só os próprios se riem das suas piadas, João Leão, por um lado afirma que, o Serviço Nacional de Saúde será aposta reforçada, com 700 milhões de euros em 2022, como por outro lado, diz-nos que será na Saúde onde irá aplicar o plano de poupança e ganhos de eficiência associados ao exercício de revisão da despesa, vulgo plano “barriga lisa” ou plano “detox”, uma vez que o que se propõe é eliminar as impurezas e toxinas do sistema (nacional de saúde), provavelmente com umas águas aromatizadas carregadas com sumo de limão, cuja acidez, sabemos bem, salva vidas. Lisa ficou a paciência de vários sindicatos do sector da Saúde, nomeadamente os representantes de médicos, enfermeiros e farmacêuticos, que não só não veem inscrita neste orçamento, a melhoria das suas condições de trabalho, como continuam a ver o SNS a afundar paulatinamente, ao sabor da maré insidiosa de António Costa e companhia. Os pré-avisos de greve estão aí, o desgaste físico e mental, os milhares de horas extra acumuladas e férias por tirar dos profissionais de saúde, também estão aí. Agora, é esperar para ver, de que lado rebenta a corda.

FOCUS na Madeira

Para fechar, uma boa notícia. Esta semana foram apresentados os resultados da primeira fase do programa FOCUS, que visa rastrear e erradicar as hepatites virais e o HIV na Região Autónoma da Madeira. O programa financiado pela Gilead Science, em estreita parceria com a Secretaria Regional da Saúde e Proteção Civil, o SESARAM e o IASAUDE, pretende reduzir o tempo de rastreio, de diagnóstico e consequente tratamento destas patologias. A Madeira é a primeira região de Portugal a desenvolver este projeto, mostrando de forma clara, o caminho traçado pela nossa tutela, de uma aposta inequívoca, na melhoria da qualidade e eficiência dos diferentes sectores da saúde. Neste âmbito realizaram-se 18.176 testes de diagnóstico da hepatite C, com identificação de 711 casos positivos, que abrangeram o Estabelecimento Prisional do Funchal, as unidades de toxicodependência, os serviços hospitalares e de cuidados de saúde primários, as casas de saúde e os estabelecimentos psiquiátricos. Todos estão já em fase de tratamento.

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