Reset na prática: o que aprendi em uma semana num dos melhores spas médicos do mundo (que fica no Brasil) – Vogue

Luiza durante uma das caminhadas matinais: highlight da programação (Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal)

Passei a última semana de julho na Lapinha, spa médico referência em detox no Brasil, que fica a uma hora e meia de Curitiba. Para se ter ideia de como a coisa é séria por lá, trata-se do único lugar no País onde é possível fazer a Mayr Kur, uma terapia de desintoxicação profunda, que inclui limpeza intestinal e massagens abdominais para estimular a digestão, criada pelo médico austríaco Franz Mayr.

Muito mais do que emagrecer, meu objetivo era desestressar e relaxar, cuidar do corpo e da mente depois de meses em casa por causa da pandemia. Apaixonados por beber e comer bem, esse é geralmente um dos motes principais das viagens de férias habituais que faço ao lado do meu marido. Exaustos física e psicologicamente (os meses anteriores não tinham sido fáceis para ninguém), mal sabíamos que viver como vegetarianos seria o ideal nesta primeira viagem longa sem a Stella, nossa filha que tem menos de 1 ano e meio.

Ao chegar na Lapinha, passamos por uma consulta médica onde somos examinados e traçamos nossa meta para a semana. O diagnóstico: “você precisa fazer o plano Estresse Controlado e uma dieta com calorias razoáveis – uma com calorias de menos pode fazer com que sua imunidade caia”, disse o nutrólogo Daniel Boarim. Em tempos de covid-19, imunidade em alta é prioridade. Dentro deste plano estão incluídas atividades variadas como caminhadas matinais, aulas de yoga, de hidroginástica, academia, circuito de spa, piscina, grupos terapêuticos e de reflexão espiritual e atividades como conhecer a horta e fazer Forest Bath, um “banho de floresta”.

Sobre dieta, decidimos que eu faria uma com 1400 calorias alternando com um dia de dieta detox, inspirada na dieta macrobiótica e sem muita variedade de alimentos e fibras para dar um descanso ao meu organismo.

A seguir, alguns highlights da experiência e ensinamentos que quero levar para a vida – e podem te ajudar a ter hábitos mais saudáveis em casa.

Lapinha (Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal)

Alimentação orgânica e ovo-lacto-vegetarina (Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal)

Mastigar (muito) é preciso – e emagrece

A questão da mastigação é falada e repetida na Lapinha. Uma vez por semana, inclusive, o dr. Daniel Boarim, médico do spa, diserta sobre isso antes do almoço (sim, uma espécie de palestra informal). É pra ver se a gente printa no cérebro e não esquece. Veja como vale à pena. “Quem mastiga mais, come menos. O intestino produz hormônios da saciedade que levam de 30 a 40 minutos para inibir o hormônio da fome. É por isso que mastigar mal é uma das causas da obesidade. Gases, distensão, refluxo também estão ligados ao hábito de comer rápido”, explica. Mastigar bem faz bem pra saúde e traz de volta o prazer em comer. Uma das dicas práticas do dr. Daniel é lembrar de pousar o talher entre uma garfada e outra – vamos colocar em prática hoje?!

Lapinha (Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal)

“Banho de floresta”: contato com a natureza é um dos pontos altos do spa médico (Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal)

Acordar cedo é uma benção

Quando a gente chega na Lapinha, é natural começar a conversar aqui e ali com as pessoas que também estão vivendo a experiência. Entre as que falamos, era unanimidade que o ponto alto eram as caminhadas matinais. “Aiii, desde que a bebê nasceu eu não durmo até tarde! Por que vou fazer isso comigo?!”, pensei. Mas no segundo dia topei. Às 6h20 da manhã, ainda com o céu escuro, estava lá alongando com o grupo e pronta para caminhar uma hora e meia pela estrada quase erma que circunda a propriedade. Ver o sol nascer em uma paisagem absurdamente linda, ouvindo os pássaros cantarem e as vaquinhas mugirem, aquecendo o corpo com as passadas e voltar ao spa renovada, com a sensação de missão cumprida e louca para comer um belo café da manhã (sem alimentos pesados e gordurosos!!), fazia com que eu acordasse todos os dias as 5h40 feliz da vida. Meu sonho, voltando para minha casa, era começar a me exercitar cedinho, antes mesmo da minha filha acordar. Consegui um dia – e foi maravilhoso. Continuo tentando…

Bolsa quente para bons sonhos

A Lapinha é cheia de mimos… Mimos simples, nada de luxo escancarado, ostentação. O meu preferido era a bolsa de água quente e o chazinho que entregavam no quarto antes de dormirmos. Foi uma dica que uma amiga me deu, pois geralmente a hora do chá é comunitária e acontece na sede do spa. Mas a sensação de deitar com aquele calor nas costas e na barriga e dormir o sono dos justos, me fez levar o hábito para casa. Foi a primeira coisa que comprei chegando em São Paulo: uma bolsa térmica  boa, daquelas classiconas para encher de água quente (não a versão de micro-ondas). Fica a dica!

Lapinha (Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal)

Circuito das Águas: piscina gelada pós-caminhada (Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal)

Depois da ginástica, água gelada

Outra parte boa das caminhadas matinais era a chegada! Íamos direto para o Caminho das Águas, uma piscina ao ar livre rasinha com água em temperatura natural (leia-se fria, já que estava no inverno no sul do País). A hidroterapia é um pilar forte na Lapinha e acredita-se que a alternância de temperaturas melhora a circulação do corpo (lá eles têm um kneipp, uma piscina interna com as duas temperaturas; a indicação é ficar 1 minuto em cada uma). O Caminho das Águas tem chão de pedras – a experiência toda ajuda na recuperação do esforço físico. Depois disso, ainda recebíamos uma massagem nos pés – mimo preferido parte 2! Em casa, vale lembrar de fazer este ritual com uma bacia com água gelada ou com gelo.

Lapinha (Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal)

Espaço da sauna na Lapinha (Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal)

É possível viver sem café, sem carne, sem wifi…

Provaram-me na Lapinha que é possível viver sem muita coisa: sem nenhuma proteína animal (se você usar e abusar de vegetais e frutas fresquinhas e orgânicas e fizer receitas criativas e gostosas); sem um pingo de café (se você tomar muito chá para esquecer do vício e aguentar a dor de cabeça do início – eu tive que me render duas vezes ao paracetamol com cafeína, tamanha a enxaqueca que fiquei. Depois passa!). Voltando à São Paulo, retomei minhas xícaras, mas com mais parcimônia, sem tomar por tomar. Meu marido foi radical e cortou de vez! É possível viver sem wifi e TV à noite. Na Lapinha, a Internet não funciona depois das 22h30. Deitar cedo, ler um livro e deixar o sono vir foi revigorante!

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